sexta-feira, 14 de março de 2014
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
[Literaprosia] Inferno
Capa |
Dan Brown é meu
autor favorito porque me instiga a continuar lendo suas páginas incansavelmente
até descobrir o desfecho da trama toda. Porém tenho que admitir que o desfecho
de “Inferno”, seu novo livro, me decepcionou. Senti algo como: “ué, mas acaba
aqui? A história não deveria continuar?” Pois é, a história deveria continuar.
A mim pareceu incompleta.
No coração da Itália, Robert Langdon, o
professor de simbologia de Harvard, é arrastado para um mundo angustiante em
uma das obras literárias mais duradouras e misteriosas da história: O Inferno,
de Dante Alighieri.
Numa corrida contra o tempo, Langdon luta
contra um adversário assustador e enfrenta um enigma engenhoso que o arrasta
para uma clássica paisagem de arte, passagens secretas e ciência futurística.
Tendo como pano de fundo o sombrio poema de Dante, Langdon mergulha numa caçada
frenética para encontrar respostas e decidir em quem confiar, antes que o mundo
que conhecemos seja destruído.
O livro contém
todos os elementos já conhecidos por quem acompanha as obras de Dan Brown.
Estão presentes os capítulos curtos, a ação, a trama mirabolante e as
reviravoltas que nos fazem querer devorar o livro em minutos. E embora com um
final decepcionante, o velho jeito Dan Brown de escrever salva o livro de um
possível fiasco.
Algumas das
revelações da história, na parte da engenharia genética, me fazem temer o futuro. Já
imaginaram um vírus capaz de tornar 1/3 da população mundial estéril? Sim, o
Dan Brown imaginou isso como forma de conter a superpopulação e, assim, salvar
o nosso planeta de um colapso. Mas, ok, isso soa esquizofrênico.
Mas, no fim, eu
gosto de ler Dan Brown, embora Inferno
tenha me decepcionado um pouco. Bem, é impossível dizer por que gostamos de
certos livros... Gostamos porque gostamos e fim.
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Espero que todos tenham um incrível 2014!
sábado, 19 de outubro de 2013
O verme
Aquilo que fere
cura. A lança de Aquiles curou uma ferida que fez. Saber disso me despertou a
vontade de escrever, então comecei a revirar alguns livros velhos, livros
mortos, livros enterrados, a abri-los, a compará-los, catando o texto e o sentido
para achar a origem e o pensamento. Pensei em catar os próprios vermes dos
livros, para que me dissessem o que havia nos textos roídos por eles. Imaginei
a seguinte resposta vinda de um grande verme gordo:
- Nós
não sabemos absolutamente nada dos textos que roemos, nem escolhemos o que
roemos, nem amamos, nem detestamos o que roemos; nós roemos.
Não tem como
arrancar nada dos vermes. Os outros todos, provavelmente, repetiriam as mesmas
palavras. Talvez esse discreto silêncio dos textos roídos seja ainda um modo de
roer o roído.
Pense.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
[Literaprosia] A Viagem do Tigre
Capa |
Perigo. Desolação. Escolhas. A eternidade é
tempo demais para esperar pelo verdadeiro amor? Em sua terceira busca, a jovem
Kelsey Hayes e seus tigres precisam vencer desafios incríveis propostos por
cinco dragões míticos. O elemento comum é a água, e o cenário de mar aberto
obriga Kelsey a enfrentar seus piores temores. Dessa vez, sua missão é
encontrar o Colar de Pérolas Negras de Durga e tentar libertar seu amado Ren
tanto da maldição do tigre quanto de sua repentina amnésia.
No entanto, o irmão dele, Kishan, tem outros
planos, e os dois competem por sua afeição, além de afastarem aqueles que
planejam frustrar seus objetivos.
Em “A Viagem do Tigre”, terceiro volume da
série “A Saga do Tigre”, Kelsey, Ren e Kishan retomam a jornada em direção ao
seu verdadeiro destino numa história com muito suspense, criaturas encantadas,
corações partidos e ação de primeira.
Depois de todo
esse blá-blá-blá, sou obrigada a “cortar o barato” da sinopse repetindo o que
venho dizendo sobre os volumes anteriores: essa saga é muito ruim! O livro é
enfadonho. O triângulo amoroso criado pela autora é totalmente forçado e
desnecessário. A mudança inexplicável de Kishan, de irmão Bad Boy para o
companheiro ideal para a Kelsey, é... Ilógico! Descabido! A autora comete erros
grosseiros na sua pesquisa de mitologia quando, por exemplo, diz que Atlas era
filho de Poseidon e explica (?) os motivos que o levaram a ser forçado a
segurar o céu. What?! Atlas era um
titã! E o fato dele ser punido a sustentar o céu não tem a ver com o mito de Atlântida.
Enfim...
Eu não sei por
que raios eu comprei essa série, mas agora preciso terminar. Espero ter
paciência. A Kelsey e seus mimimis me tira do sério. Os motivos para ficar com
Kishan me dão sono! Gente, sério: passem longe dessa saga! L-o-n-g-e! Já nem sei mais o que escrever, desculpem. Cheguei ao nível do desespero.
sábado, 28 de setembro de 2013
Do amor, puro e simples
Um dia desses,
um amigo estava tentando esconder o choro pela morte de seu cachorro. Ele
tentava dar as razões da dor, dizendo todo tipo de racionalidades... O cachorro
havia sido encontrado na rua, cheio de ferimentos e de doenças. Sobreviveu com
os cuidados da família e viveu 14 anos com eles. Ganhou um nome, ganhou amigos
que se preocupavam com ele, ocupou de preocupação e de ternura o pequeno
apartamento.
Eu ouvia o
relato e dizia que nenhuma explicação era necessária para que as lágrimas
revelassem um afeto por uma criatura da natureza. E quanto mais eu dizia, mais
ele chorava dizendo que o cãozinho era a grande prova da gratuidade do amor.
Não se preocupava com presentes, nem exigia um corpo perfeito ou joias de adorno...
Apenas carinho. “Que bom”, dizia ele, “se os seres humanos fossem assim”.
Leitor, o ser
humano é assim! É que sua essência fica acanhada diante da saliência da
aparência. Mostram-nos coisas e nos convencem de que nossa importância será
medida por elas. E pensar que Quintana queria apenas a simplicidade da água bebida na concha da mão¹. As sacolas, as
mulheres em pontos de ônibus escondendo e embrulhando felicidades... Não é nada
extraordinário e, por isso mesmo, é extraordinário. É a vida sem disfarces, em
realidades que desconhecemos, mas que imaginamos.
Com ternura, por
favor.
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¹ Trata-se de uma dedicatória escrita por Mário Quintana.
sábado, 14 de setembro de 2013
Atualização de post
Tem uma pequena, mas importante, atualização no post do meu último desenho. CLIQUE AQUI e confira!
sábado, 24 de agosto de 2013
[Dó-Ré-Mi] 2003: The Soul Sessions
A coluna Dó-Ré-Mi de hoje traz o CD de estreia
de um dos fenômenos mundiais da Soul Music, a cantora e compositora inglesa de
Soul e R&B, Joscelyn Stoker. Eu sei, provavelmente você nunca ouviu falar
nesta cantora, mas foi com esse nome que veio ao mundo Joss Stone, como hoje é
conhecida.
Joss Stone |
Joss apareceu
para o mundo em 2003 com apenas 16 anos, alguns clássicos de Soul e um vozeirão
de arrepiar. Jovem, bonita, loira e de aparência angelical, Joss parecia ser o
tipo perfeito de garota procurada para integrar o Clube do Mickey (se é que você me entende). Porém, desde muito
cedo, a menina mostrou ter um gosto peculiar por antigos clássicos da Soul
Music interpretados principalmente por Aretha Franklin (considerada o expoente
máximo deste estilo). Graças às interpretações de Stone para antigos clássicos,
a proposta inicial, que era a de produzir um disco de inéditas, acabou sendo
transformada em uma “Sessão de Soul”, ou The
Soul Sessions, que é o que vamos discutir hoje.
The Soul Sessions |
Como você pode
notar, a capa do álbum não revela o seu rosto e esta foi uma atitude inteligente e louvável. Compreenda, quando Joss
surgiu, a Soul Music vivia um momento de carência de novos ídolos, então não
seria uma tarefa simples convencer as pessoas de que uma garota loira poderia
cantar Soul. Logo, ao comprar o disco, as pessoas eram atraídas pelo
conteúdo e não pela capa. E aí está a magia da coisa: de dentro do disco surge
um repertório de peso e um vozeirão incrível.
O The Soul Sessions em momento algum se
mostra um álbum pretensioso, eu o considero até bastante simples. Trata-se de
covers de Soul dos anos 60 e 70 muito bem selecionados e uma única faixa mais
recente, como verão adiante. A canção que abre o disco, "The Chokin'
Kind", foi gravada
originalmente por Waylon Jennings, em 1967. Aí você já pode notar toda a qualidade da garota, que possui uma voz
que não precisa de firulas para se destacar. A voz doce e ao mesmo tempo
poderosa fala por si e confunde quem apenas escuta sem saber quem canta. Ou vai
me dizer que você não imaginaria uma cantora bem mais velha? Pois é. Isso é
magia.
Na sequência temos um de seus maiores hits: "Super Duper Love (Are You Diggin' On Me) Pt. 1". Joss Stone se apropriou de tal maneira
dessa música, que você, provavelmente, pode até pensar que pertence a ela. Mas
sinto ter que desapontá-lo, essa canção foi gravada pelo Sugar Billy, em 1974.
Essa foi a faixa mais executada nas rádios mundo afora. Aqui no Brasil,
inclusive, ela fez parte da trilha sonora da novela global Da Cor Do Pecado. É interessante observar que essa música cresceu
junto com a Joss. Hoje, em seus shows, é um acontecimento a parte. Vale o
clique (AQUI) para conferir esse que eu considero como um dos momentos mais
incríveis de sua carreira (e é aqui, em terras Brazucas!).
A faixa 3 traz o primeiro single do The Soul Sessions e a regravação de data
mais recente. “Fell in Love With a Boy”
é uma versão mais retrô para
um rock dos White Stripes chamado Fell in Love With a Girl, de 2001. É o tipo de Soul/Funk que te faz
bater o pé e balançar a cabeça no ritmo. Em seguida, na faixa 4, temos o
retorno ao Soul dos anos 60/70 com "Victim of a Foolish Heart",
originalmente gravada por Bettye Swann, em 1972. Essa é uma das minhas faixas
favoritas do The Soul Sessions graças
à interpretação simples, porém emotiva que a jovem Soul Singer ofereceu a canção.
A próxima faixa é de 1967 e foi gravada por Laura
Lee: “Dirty Man”, que em bom
português quer dizer Homem Sujo. A
versão da Joss Stone traz apenas o acompanhamento de um violão e uma guitarra
melódicos, além de muito feeling por parte da garota. Simples (como, aliás, é
todo o CD), porém arrebatadora. “Some
Kind of Wonderful” é simplesmente maravilhosa. A gravação original data de
1967 e foi realizada pelo Soul Brothers Six. Preste atenção, mais uma vez, na
interpretação da menina que, apesar da pouca idade, consegue soar como uma
cantora experiente e segura de si.
Seguindo a
lista, temos uma música gravada pela Carla Thomas em 1968. Refiro-me a “I’ve Fallen in Love with You”. Essa
faixa já não é tão simples como as demais, tem um arranjo mais desenvolvido e
eu realmente prefiro a versão dada pela Joss que a original. A seguir, “I Had a Dream”, música de 1970 gravada
por um cara chamado John Sebastian. O foco mais uma vez está na voz e
interpretação de Stone: simples, tocante e de bom gosto.
A penúltima
canção é a que considero de maior risco do álbum, pois quem originalmente a
interpreta é ninguém menos que Aretha Franklin, aquela que no começo deste
texto eu falei que é o expoente máximo
deste estilo e ídolo maior de Joss Stone. É simplesmente considerada a
maior cantora de todos os tempos e, quando o assunto é demonstrar sentimentos
através da música, ninguém a alcança. Vale ressaltar que nunca foi pretensão
dela regravar Aretha. Ela diz que algumas canções ela não queria gravar, mas a
fizeram. “Não quero fazer cover da
Aretha. Ela é a rainha, por que faria isso? Quando eu era menina, pedia: ‘não
me façam cantar essa canção’”, declarou. E sobre a música, “sei que muitos podem gostar, eu não. Eu
fico envergonhada”. “All the King’s
Horses” foi a prova de fogo do The Soul Sessions. Ela poderia ter
escorregado, mas não escorregou; pelo contrário, fez uma performance brilhante.
Fechando o
disco, “For the Love of You Pts. 1 &
2”, originalmente gravada pelos integrantes dos Isley Brothers. Essa é a
faixa de destaque para mim, embora não seja a faixa de destaque do álbum. É a
que mais me marcou pelo seguinte motivo: por trás da voz, apenas um teclado
suave, quase ausente, o que faz com que essa música seja praticamente um
acapella. Com isso, você consegue perceber toda a suavidade do trabalho vocal
dela e finalmente descobrir porque a menina do interior da Inglaterra chamou
tanto a atenção.
Vale ressaltar
que sim, é possível notar certo exagero, em algumas faixas, na interpretação da
Joss. Porém, é como se ela dissesse: ‘ei, eu sou apenas uma adolescente!’ Uma
adolescente que soube não soar como uma estreante e esse foi o seu maior êxito.
Um álbum
simples, porém genial, assim eu definiria o The Soul Sessions. Tudo foi feito
na medida certa, apenas o suficiente para escancarar o talento da jovem Soul Singer. Nada de arranjos
sofisticados. Tudo muito simples, apenas para evidenciar a voz da garota.
Claro, com exceção das faixas Super Duper Love e Fell in Love with a Boy que
são mais populares e claramente incluídas para fazer com que a Joss chegasse
até as rádios e se tornasse popular. Então, não tinha como dar errado, não é
mesmo? A partir daí, graças ao talento e carisma, Joss começou a colecionar
prêmios e fãs ao redor do mundo.
Uma coisa que
quero que saibam é que, assim como a própria Joss, eu não gosto da voz dela
nesse período inicial de sua carreira. Comparado ao que posso ouvir hoje, ela
me soa estranha e o disco um pouco maçante. Mas entenda, é como se houvesse uma
voz muito poderosa esperando o momento de desabrochar, afinal, ela ainda estava
engatinhando e aprendendo. Hoje, a história é bem diferente...
“Senhoras e
senhores, quero apresentá-los Joss Stone! Ela é da Inglaterra e tem 16 anos de
idade...”
Faixas:
The Soul
Sessions
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Versões
originais
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Waylon Jennings (1967)
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Sugar Billy (1974)
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The White Stripes (2001)
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Bettye Swann (1972)
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5. Dirty Man
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Laura Lee (1967)
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Soul Brothers Six (1967)
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Carla Thomas (1968)
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John Sebastian (1970)
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Aretha Franklin (1972)
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|
The Isley Brothers (1975)
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Para ouvir as músicas, basta clicar no título da faixa ou no nome do intérprete original.
Se você gosta de documentário, CLIQUE AQUI e assista ao mini documentário The Soul Sessions, com pouco mais de cinco minutos.
E desculpem o tamanho do texto. Esse é um dos motivos pelo qual as críticas a álbuns demoram a sair.
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