sábado, 21 de maio de 2011

Das lembranças


Em tardes assim, como as de hoje, cansada de esperar não sei por que milagre, desanimada diante do mapa do mundo que da parede me desafia desde a meninice, começo a pensar...

Não me resigno à idéia de ter vindo à luz neste tempo, numa terra durante séculos inquieta de descobrir e saber, e depois tragicamente adormecida para tudo o que não seja olhar-se e resignar-se. Parece-me um castigo imerecido do destino e da história. Mas, como sou uma garota de ‘impossíveis’, me salvo como posso.

Agora, encho-me de uma lembrança mágica... Dos tempos que nenhuma razão me impedia de correr as sete partidas que chamavam em vão por mim. Na figura da lembrança ponho a realidade do que sou e a saudade do que podia ser.

Entrelaço no desenho do meu nome quanto à imaginação me pede de distância e de perigo. Vivo nela. E enquanto dura a memória dos seus passos, sinto-me tão verdadeira que quase sou feliz...

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Peço desculpas pelas semanas que passaram... A correria dos dias me distanciou um pouco do blog. Mas passou...

2 comentários:

  1. Uau, D. Juliana!
    Muito BOM! Sempre passo por aqui, calada e despercebida, mas identifiquei-me tanto com esse texto, que foi impossível não comentar.

    Beijos!

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  2. Eu também sou um garoto de 'impossíveis'.

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Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo. Obrigada por comentar!