A capa resume bem a história |
Acabo de ler
mais uma obra clássica da literatura brasileira, “Dom Casmurro” de Machado de
Assis. Nesta obra, Machado de Assis apresenta a história de Bentinho, o Dom
Casmurro, que relembra sua vida e seu amor por Capitu. Clássico do realismo,
Dom Casmurro aborda com sutileza a questão do ciúme e do adultério.
Essa é, com
certeza, uma das maiores obras-primas da ficção brasileira e o livro de Machado
de Assis que mais gostei de ler. Dom Casmurro funciona como uma crítica à
sociedade brasileira do século XIX, com Capitu representando as mulheres e os
pobres, categorias, na época, marginalizadas no Brasil.
O livro trata
dos ciúmes excessivos de Bentinho – o Dom Casmurro – para com o seu amor de
infância, Capitu, descrita no livro como a garota “dos olhos de ressaca”. O
personagem principal chega a condená-la e castigá-la por adultério, sem direito
a defesa, apenas baseado em situações “duvidosas” que ele mesmo presenciou,
como o dia em que Capitu lança um intenso olhar para o corpo de seu finado
amigo Escobar. A grande questão é: Capitu cometeu ou não adultério com Escobar?
Nunca saberemos, pois a história é contada através dos olhos de Bentinho, o
marido excessivamente ciumento.
Por toda a obra,
Machado de Assis lança pistas sobre a malícia e habilidade de Capitu; ele nos
dá sugestões, mas nunca confirmações, de modo que nunca sabemos se devemos ou
não acreditar nas palavras de Bentinho.
“Abane a cabeça, leitor; faça todos os gestos de incredulidade. Chegue a
deitar fora este livro, se o tédio já o não obrigou a isso antes”.
Machado de Assis
foi novamente muito inteligente ao fazer um livro de memórias escrito pelo
próprio personagem, pois, dessa forma, não só suas virtudes, mas todos os seus
defeitos também ficaram expostos. Pense: quantos dos nossos personagens
favoritos ofereceriam veneno ao próprio filho? Pois é. E, passados alguns anos,
com a notícia do falecimento do filho, é capaz de dizer: “Apesar de tudo, jantei bem e fui ao teatro”.
Leitura
recomendada!
Um livro excelente, com certeza! E bem intimista, eu diria até, bem nas entrelinhas! É como se a trama se narrasse do ponto de vista de Bentinho. O que deixa-nos a saborear todos os tons que a imaginação nos permitir! :) Grande Machado!
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