quarta-feira, 21 de novembro de 2012

[Literaprosia] O Aleph

Capa


O Aleph, publicado em 1949, é, provavelmente, a maior obra-prima do escritor argentino Jorge Luis Borges. Trata-se de uma compilação de 17 contos. Com exceção de Emma Zunz e da História do guerreiro e da cativa, que se propõem a interpretar dois fatos fidedignos, os contos do livro correspondem ao gênero fantástico. Em suas páginas, encontramos referências a grandes obras da literatura mundial, como A Divina Comédia, de Dante Alighieri, O Castelo, de Franz Kafka e Os Lusíadas, de Camões.

De todos os contos, o primeiro é o mais trabalhado e, também, o que mais gostei. Seu tema é o efeito que a imortalidade causaria nos homens. A esse esboço segue-se O morto. De Os teólogos basta escrever que se trata de um sonho, um sonho bem mais melancólico sobre a identidade pessoal. A outra morte é uma fantasia sobre o tempo. Abenjacan, o Bokari, morto em seu labirinto não é memorável, apesar de seu título terrível. Enfim, Borges investiga, em sua obra, os limites da eternidade e da finitude em histórias sobre amor, morte, fé e poder, misturando aos temas reflexões filosóficas, teológicas, ficção e cultura.

Ele não só criou histórias envolventes como também causou impacto com frases de efeito. “Absurdo imaginar que homens que não chegaram à palavra cheguem à escrita”, escreveu. “Ser imortal é insignificante; exceto o homem, todas as criaturas o são, pois ignoram a morte”, afirmou. O Aleph é a busca pela transcendência espiritual.

Quanto ao autor, Jorge Luis Borges merece estar na estante de todo leitor, não apenas por sua importância, mas por seu valor crítico, poético e filosófico sobre os temas que se propõe abordar.

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