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Augusto é um
namorador incorrigível. Até que conhece Carolina, a Moreninha. A partir daí, é
seduzido pelo encanto da moça e, pela primeira vez, descobre o real significado
da palavra amor. É assim, sem conflitos e com final feliz, que se desenvolve a
obra de Joaquim Manuel de Macedo. Lançado em 1844, é considerado o primeiro
romance brasileiro. Não há malabarismos na construção do enredo. A história é
singela e divertida, com os elementos característicos de folhetim, que o escritor
ajudou a popularizar no século XIX. Na introdução do livro, o próprio autor faz
ressalvas sobre sua primeira criação literária:
“Do que vem dito, concluir-se-á que a
Moreninha é minha filha e exatamente assim penso eu. Pode ser que me acusem por
não tê-la conservado debaixo de minhas vistas mais tempo, para corrigir suas
imperfeições e mostrá-la, depois, digna do amor dos leitores: esse era meu
primeiro intento (...), porém, esta menina saiu tão travessa, tão impertinente
que não pude mais sofreá-la no seu berço de carteira e, para ver-me livre dela,
venho depositá-la nas mãos do público, de cuja benignidade e paciência tenho
ouvido grandes elogios”.
O Brasil do
século XIX, no qual está inserido Joaquim Manuel de Macedo, passa por uma
agitação política, social e cultural. A vinda da Família Real portuguesa ao Rio
de Janeiro, em 1808, transforma o cotidiano da sossegada cidade. Em 1822, é
declarada a Independência do Brasil e o Rio de Janeiro passa a ser a capital do
país. A vida urbana torna-se cada vez mais intensa. O novo ritmo espelha-se no
ambiente cultural, em geral e nas publicações, em particular. Um dos hábitos
recém-adquiridos é o da leitura de folhetins, os quais são publicadas histórias
em capítulos que cativam os leitores. “A Moreninha”, que segue a tendência do
romance-folhetim, alcança grande repercussão e faz de Joaquim Manuel de Macedo
um dos principais escritores da época.
Joaquim Manuel
de Macedo foi muito fiel a tradição literária de seu tempo, com isso sua obra
passou. Hoje ela já não é mais tão atrativa, servindo apenas como um documento
histórico onde é possível conhecer os costumes de uma época.
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