Quando falo em
Olimpo, é óbvio que me refiro ao local onde viviam os deuses gregos. Os povos
antigos faziam pedidos aos deuses do Olimpo e, em troca, lhes ofertavam coisas.
Mas é claro que você deve estar pensando: “Ah,
isso é mito. Não aconteceu de verdade.” Respondo: Vocês têm uma visão tão
equivocada das coisas...
Antigamente, as
pessoas costumavam se reunir para ouvir as histórias que os mais velhos tinham
a contar. E, então, da mesma forma que um vírus de computador, as histórias passavam
de uma pessoa a outra de forma a se difundir e nunca morrer. O mito precisa se
espalhar, mas como se esses encontros hoje são passado, raridade? As pessoas
não têm mais tempo de ouvir histórias, verdades “inventadas”...
Novo Olimpo |
Os tempos
mudaram e o Olimpo trocou de nome: hoje é mais conhecido como Hollywood, o
templo das maiores e mais badaladas estrelas do cinema. Não concorda? É só
racionar um pouco: A quem as pessoas fazem oferendas nos dias de hoje? A quem
fazem pedidos? Um pedaço de chiclete, um papel usado para limpar o batom? A
quem, senão as grandes celebridades? Em troca de um pedaço de papel, eles dão
como oferenda metros e mais metros de ‘eu te amo’ escrito em folhas. Atiram
calcinhas aos pés do seu ‘deus’, como faziam as senhorinhas com Wando. Os fãs
sabem mais sobre seus ídolos que eles próprios, pasmem!
Templo dos 'deuses' atuais |
As causas dessa
idolatria que, às vezes, toma um caráter de religião – em que os presidentes de
fã-clubes são os Papas – são todas psicológicas. É questão de identificação,
projeção, referencial. Um bom exemplo é o “Super-Homem”, um herói que, de tão
perfeito, tornava impossível a identificação. Mas, por outro lado, Clark Kent,
o alter-ego, era um repórter tímido que estava sempre sendo passado para trás.
Compreende? Nos projetamos no Super-Homem, mas nos identificamos com Clark
Kent.
Com essa
projeção, a indústria acaba se aproveitando disso. A figura da estrela agrega
valor ao produto. A própria vida se torna um produto comercializado por
importantes revistas, como a Caras.
Claro que a indústria se interessa por quem faz sucesso, porque sucesso
significa lucro. Por isso que, às vezes, é preferível a morte física a uma
estrela apagada. Mas, por outro lado, estrelas que morreram jovens se tornam
verdadeiros mitos e se eternizam. Por isso penso que faz todo sentido dizer que
Elvis não morreu. Para a indústria, ele continua mais vivo do que nunca!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo. Obrigada por comentar!