sábado, 4 de fevereiro de 2012

Perdida e salva


Era uma tarde como outra qualquer, a menina, com seus 6 ou 7 anos, esperava tranquilamente o momento de sair da escola e voltar para casa. Mas algo, fora do roteiro, iria acontecer...

Uma mulher de meia-idade, cabelos loiros esvoaçantes, óculos de grau, roupas num tom sombrio chama a menina e lhe pergunta seu nome. A garotinha, inocente, não hesita em responder. Mas, vê nos olhos da mulher um brilho diferente... Encantador, porém falso. Olhos de bruxa, talvez? Sim, porque todas as noites a menina escutava histórias apavorantes de mulheres más que tentavam dar um final triste as princesinhas dos contos infantis.

Logo a mulher revelaria sua intenção, que não era simplesmente saber o nome da doce menina de olhos assustados e tristes. A mulher iria além. Tentaria tirar a menina das grades e levá-la para longe. Mas alguém estava ali, disposta a impedir.

De repente, a mulher tenta desferir um golpe que seria fatal. Com um tom de voz doce, solicita a saída da menina da escola a fim de levá-la até sua avó, que, segundo ela, esperava em um local próximo. Tentativa frustrada. Não sabia ela que a garotinha era superprotegida por todos a sua volta. E que daquela escola, cercada de muros, grades e seguranças por todos os lados, a doce menina não sairia por nada. A mulher insistiu, mas de nada adiantou. E então se foi...

Cinco minutos depois chega a amada avó em busca de sua querida netinha. Os olhos da menina brilharam de felicidade! Era como uma fada quebrando o encanto da bruxa má.

Ao ser questionada, a avó responde o que todos já sabiam: não, eu não mandei que ninguém viesse buscá-la. Então, quem era aquela mulher? Isso a menina não sabe...

O tempo passou e a mulher não voltou a aparecer. Sumiu misteriosamente... Mas a menina jamais esqueceu aqueles olhos. Sentiu medo por longos anos... Sentiu-se insegura, desprotegida e ameaçada pelos dias que se seguiram... Um trauma. Mais um.
 
A menina cresceu, mas não ficou tão diferente daquela garotinha. Os olhos assustados e tristes persistem até hoje. Quem é ela? Prazer, Juliana.

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