quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Patas na Europa


No começo dos 1990, o professor Antonio F. Costella recebeu convite para dar um curso de um mês na Faculdade de Jornalismo do Porto, em Portugal. Aproveitou para programar uma viagem de férias de mais uns dois meses pela Europa. Mas defrontou-se com um problema grave e inesperado. Seu cão de estimação, o vira-lata Chiquinho, não sobreviveria a três meses longe dos donos, segundo o diagnóstico categórico do veterinário. A solução foi levar o cachorro junto. Foi uma aventura e tanto, especialmente para o Chiquinho.

De regresso ao Brasil, Costella decidiu publicar por sua pequena editora um livro de viagem e teve a feliz idéia de convidar o cachorro para ser o narrador. Só que, muito sabido – afinal, sempre morou na biblioteca da casa do dono –, Chiquinho não se limitou a contar as peripécias da viagem e a descrever os lugares importantes que havia visitado. Revelou também os incríveis encontros que teve com muitos personagens históricos que acabaram cruzando seu caminho. Esses personagens, como Napoleão, Garibaldi, Pasteur e muitos outros, além do misterioso e quase sempre presente cavaleiro templário Teobaldo, só apareciam, – é claro – para o cão, que com eles entreteve altíssimos e instrutivos diálogos.

Minha mãe me deu este livro (achou interessante). Bem, o livro pode ser até interessante, mas para quem gosta muito de história. Muito mesmo! Digo isto porque o livro inteiro narra a história de países europeus e de personagens históricos. É legal para conhecer e tal, mas eu ainda não consigo materializar o imaterializável (entendeu?). Eu explico. Acabo de abrir o livro em uma página qualquer, o título é “Ruínas de Pompéia”, ou seja, conta a história das Ruínas de Pompéia (óbvio, ou não). O narrador conta que na rua existem paredes em ruína de casas pompeianas a uma altura razoável, com chão de pedra... a área é retangular cujo perímetro é bem demarcado por bases de colunas e etc. etc. etc. Oi? Pois é, agora é a sua vez de imaginar o lugar! Legal, né? Não!

Não gostei deste livro e não recomendo a leitura, a não ser que você seja fissurado por história. Um ponto positivo: o autor teve a sensibilidade de informar, nas páginas iniciais, que espera que tenhamos paciência de ler todo o livro. Por aí já dá para perceber a enfadonha jornada que terás pela frente (se resolver lê-lo).

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