Renovando-se, como a águia

 

Embora muitos já conheçam, eu vou recontar a lenda da águia – a ave que, entre os animais da sua espécie, é a que mais vive, porém quando chega aos 40 anos, precisa tomar uma decisão significativa. Pois é, nesse momento as unhas dos pés crescem tanto que dificultam a caça; o bico, pelo tamanho exagerado, impede-a de bicar os alimentos; já as penas envelhecem, de tal forma que não podem mais voar alto.

Em razão de tantos entraves, a águia é obrigada a uma decisão: passar por um processo dolorido de renovação... Ou morrer.

A primeira opção consiste em voar para o alto de uma montanha e se recolher em um ninho construído próximo a um paredão, de forma que não necessite voar. Após encontrar esse lugar, a águia começa a bater o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Quando o novo bico nasce, utiliza-o para arrancar suas unhas. Assim que as novas estão suficientemente fortes, passa a arrancar as velhas penas. Somente depois desse doloroso processo de transformação a águia realiza um formoso voo de renovação e se mostra pronta para viver mais 30 anos.

Amigo, às vezes, renovar-se significa passar por um trabalho longo, solitário e doloroso de “arrancar” o que, durante a vida, tornou-se velho, enferrujado, desgastado pelo tempo e pesado. Em síntese, é preciso ter a coragem de livrar-se daquilo que dificulta o voo alto e a vida com qualidade. A escolha é nossa. Temos que perseverar.

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Perseverança (em grego, hypo-moné, que significa “ficar firme – moné – debaixo do peso de uma dificuldade – hypo –, sus-tentar”. O “per” de “perseverança” sugere o mesmo: ficar firme através/no meio das dificuldades; atravessá-las vitoriosamente).