sábado, 18 de dezembro de 2010

Um dia, um adeus...

Morte. Palavra forte, carregada de sentimentos amargurados. Desde o medo, passando pela tristeza até a profunda dor.

E, talvez, para diminuir a dor da perda, a mente humana criou o termo “vida após a morte”. Um meio, ou não (nunca saberemos), de abrandar a triste realidade de nossa mortalidade.

Esta semana aconteceu. Minha centenária bisavó se foi, deixando filhos, netos, bisnetos e tataranetos.

Minha bisavó era dessas pessoas fortes e que driblam os obstáculos da vida de modo a pensarmos que este fatídico dia jamais chegará. Mas ninguém escapa, infelizmente. Dói.

Dói saber que ela gostaria de ter reunido, em um dia, filhos, netos, bisnetos e tataranetos, mas a correria da vida impediu que isto acontecesse... Dói.

Que outra palavra define tão bem este momento? Dor.

Eu tinha 4 anos de idade quando meu avô se foi. Tenho poucas lembranças. Na verdade, uma única lembrança, nem tão agradável assim, mas que hoje me faz dar risadas.

Mas com a minha bisavó, não. As lembranças são fartas. Lembranças de duas décadas de convivência, das quais destaco minha infância e adolescência. Talvez por isso seja tão mais difícil aceitar esta eventualidade da vida...

Todos caminham para uma despedida, menos eu... Odeio despedidas. E esta é a primeira despedida permanente da qual terei recordações.

Enquanto todos se despedem eu fico aqui, jogando palavras num papel... Por favor, entendam. Eu quero manter viva as boas lembranças dela. Não quero jamais ter guardado na memória uma imagem sem vida. Dói.

Voltamos ao início. Dor. É a única palavra que define este momento: dor. Ela deixou o seu invólucro carnal e agora é só... pensamento.

*****

"Ah! Que bom seria se eu pudesse te abraçar...
Beijar, sentir como a primeira vez.
Te dar o carinho que você merece ter"

2 comentários:

  1. Momentos assim só mesmo DOR pra definir, não há outra palavra, nem sentimento. Lindas suas palavras, Ju. Onde quer que sua bisa esteja com certeza está olhando tu e lhe acarinhando!

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  2. Oi, Juliana. Deixei um selinho pra você no meu blog. Depois dá uma passada lá pra pegar.
    Beijos.

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Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo. Obrigada por comentar!